TÔ NA ÁREA

Publié par JEF | | Posted On vendredi 22 octobre 2010 at 23 h 59


TRABALHO







Gente, estou muito feliz, pois Deus me deu o presente de poder trabalhar em minha área de formação, que era o que eu estava almejando há muito tempo e o que todo imigrante busca ao chegar aqui.

Na verdade três semanas atrás eu tinha entrado no Canadian Tire uma empresa tipo a Tend Tudo onde eu estava trabalhando na seguraça dos caixas fiscalizando o trabalho deles e organizando os carrinhos de compras. Não era o trabalho dos sonhos, mas era muito bom para a primeira experiência aqui. Tive outra experiência em uma loja de roupas, mas era temporário e sem contrato. No Canadian pelo menos eu estava com contratação, só que o lado ruim era que era no fim de semana, e tava sendo muito ruim para Raissa e Nanda pois não estavam podendo passar mais tempo comigo, e eu com elas. Raissa chegou até a me pedir para sair de lá, mas oramos, conversamos com o pastor da igreja que frequentamos, e de comum acordo achamos melhor eu continuar. Com esse trabalho eu também não estava mais podendo tocar na igreja, mas como Deus é muito bom e sempre prova a nossa fé, na segunda feira desta semana eu recebi uma ligação de uma empresa chamada Affiliated ( www.affiliated.ca ), que uma amiga brasileira daqui tinha me indicado. Esta empresa é uma empresa de brokerage, ou seja de assessoria, em logística. Nela estou trabalhando no setor de contas à pagar, de segunda a sexta, das 8:30 às 17h. Ou seja, perfeito.

O engraçado que eu não achava nunca que eu iria entrar nessa empresa, porque não fui bem na entrevista. Depois de milhões de entrevistas, eu estava com quatro possibilidades, das quais uma eu sabia que iria engatar. A primeira era a do Canadian Tire, da qual a entrevista foi moleza, pois fiz com uma venezuelana muito simpática que também era imigrante ( ah, aos que buscam emprego aqui, torçam para fazer entrevista com algum imigrante, porque são outros quinhentos ). A segunda possibilidade era de uma empresa de gestão de informação de produtos químicos, onde fiz uma entrevista da qual saí crente que iria ser contratado. A terceira foi de uma empresa que presta assessoria de RH para contratar trabalhadores da área de contábeis e finanças. Nessa entrevista eu fiz um teste de setor financeiro, e passei. E a quarta era a do Affiliated, onde eu não tinha me saído muito bem na entrevista com o Controller da empresa. Ele me disse que eu não estava seguro nos termos técnicos de contabilidade, o que me deixou super desanimado. Mas como é Deus nos surpreende sempre, depois de mais de um mês ele ligou perguntando se eu tinha a Carta Priime (que é um subsidio do governo aqui que paga parte do salário do imigrante como incentivo para a empresa). Depois que eu mandei durou quase um mês para eles me ligarem novamente.

Ufa, tudo deu certo, e aqui estou eu no escritorio. Ele se localiza bem no centro (que na minha opiniao é a parte mais bonita e chique da cidade). Lá eu falo ingles e francês o tempo todo. A minha equipe, com exceção dos gerentes e supervisores, são todos imigrantes, uma afegã que só fala ingles, dois indianos que so falam ingles, um cubano que so fala francês (que é o mais legal e está mais me ajudando) e eu. Lógico que eles são bilingues (na verdade quadri, quinca ...) , mas só querem falar uma língua. Aqui é assim, é difícil entrar no mercado, mas depois que entra a pessoa fica cheia de direito. No meu primeiro dia houve uma reunião que foi muito dinamica. Alguns falavam em inglês e outros em francês. Eu gosto muito dessa dinâmica, principalmente com o historico do francês daqui, porque os francófonos eram chamados de iletrados e rusticos, e houve lutas e mortes por causa disso. Por conta disso muitos dos francofonos aqui realmente sentem raiva do inglês, e há sempre uma disputa. Existe uma lei aqui ( a 101), da qual fiz até minha apresentação na francisação, que é para proteger a língua francesa da língua inglesa cada vez mais dominante.

Algumas provincias francofonas daqui já perderam praticamente todo o dominio da lingua francesa, passando a falar ingles somente. O Quebec luta firmemente contra isso.


FRANCISAÇÃO


Bem, sobre a francisação, eu particularmente adorei pois me deu uma fluência muito boa. Sou realmente outra pessoa hoje no francês, pois temos que aprender o francês quebecois de toda forma para podermos entrar no mercado de trabalho.

Na minha classe havia sete alunos brasileiros, então imagina a farra, era churrasco o tempo todo. A turma se engajou muito por nossa conta e a professora se apaixonou pela turma, e disse que foi a melhor turma dela até agora. Ela chegou até a ir para um dos churrascos.

Na francisação eu fiz uma apresentação sobre musica brasileira, uma apresentação sobre a lei 101 e algumas outras apresentações. Hoje foi o meu ultimo dia e tive que avisar no trabalho que iria chegar atrasado porque teria que fazer a ultima prova para poder receber o certificado. A francisação foi muito importante para mim, até para lutar contra a ansiedade do primeiro emprego e a pressão da adaptação que é de enlouquecer, mas que muita calma e fé a gente vence tudo.

Bem gente, agora que a poeira baixou um pouquinho, vou tentar escrever mais. O fato é que aqui a gente não pára e para poder escrever assim a gente tem que ir dormir tarde, depois de fazer todas as atividades domésticas.

Estou com saudades de todos, e amanhã estaremos aguardando a chegada de um casal muito especial nosso que é Israel e Mirela. Estamos super alegres com a vinda deles e também queremos muito a visita de todos.

Grande abraço,

Jef

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